domingo, 27 de setembro de 2009

À PROCURA DE JESUS

(LC 7, 36-50 )


Introdução


Uma mulher pecadora e um homem, divino; uma mulher prostituta e um homem íntegro; uma mulher humilde e um homem quase glorificado; uma mulher marcada e um homem marcante; uma mulher chorando e um homem com um lenço.


Uma mulher sofrendo e um homem sorrindo; uma mulher gritando e um homem cantando; uma mulher cansada de errar e um homem pronto a perdoar. Este é quadro do encontro narrado pelo evangelista no texto lido.


Em todos os evangelhos observamos e estudamos este relato da mulher que ungiu os pés de Jesus. Em Mt 26, 6-13; Mc 14, 3-9; Jo12, 1-8, poderemos testificar isto que acabara de falar. No texto que lemos, Lucas aborda de maneira brilhante e poética esta história, pois sua preocupação é também descrever esta história contada pelos outros evangelistas escritores.


Após saber que Jesus fora convidado para jantar na casa de um fariseu chamado Simão, uma mulher pecadora foi até o Mestre Jesus. A refeição descrita no texto era e podia ser acessada por todos que quisessem entrar. Não era apenas para os convidados, era exposta e aberta, pois as casas eram de fácil descoberta.


Realmente esta mulher tinha coragem, pois estava à procura de Jesus, e nesta oportunidade Ele estava na casa de um fariseu. Os fariseus poderiam permitir muitas pessoas na sua casa, mas não uma prostituta. Que coragem desta mulher, tudo isso para se encontrar com Jesus.


Na presença de Jesus...

1- Ela traz um vaso de alabastro.


O “vaso de alabastro com bálsamo” era possuído apenas pelas senhoras judias, que colocavam o vaso, isto é, um frasco de perfume em forma globular, pendurados no pescoço por uma corda. Estes óleos maravilhosos eram usados em apenas ocasiões especiais, tais como: jantar político, fastas da “corte” dos fariseus, para bodas enfim...


Para esta mulher pecadora aquele momento era mui especial, pois achara quem estava procurando, o seu Mestre, o nosso Mestre.


Seu intuito era ungir aos pés de Jesus, todavia, as emoções a dominaram, a envolveram, pois ela encontrou o seu porto seguro, a sua mansão de descanso, carinho e aconchego. Deparou-se com a resposta para o seu sofrimento, encontrou alguém a pudesse ouvir, e pudesse dizer a ela o que fazer aonde fazer e por que fazer. Deparou-se com alguém especial que pode entender a sua vida que também era especial.


Na presença de Jesus...


2- A mulher chorou diante Dele.


O choro representava a tristeza daquela mulher. Sofrida, amargurada, taxada pela sociedade de impura, indigna, insignificante, desprezível, uma marginalizada, uma indecente, uma pobre.


Com tantos fatores negativos, esta mulher ofereceu o que tinha de melhor. Uma prostituta ofereceu o que tinha de mais valoroso: a sua vida de forma quebrantada.


Na presença de Jesus...


3- A mulher enxugou os pés de Jesus com seus cabelos.


Na cultura de então, os cabelos grandes era a chave para o “sucesso” de uma prostituta, era a forma como agradava a seus clientes, a seus parceiros.


Não importando com o que tinha de ferramenta melhor para sua profissão, a mulher usa e dá para Jesus o seu bem: os seus longos cabelos.


Existem áreas, momentos, conquistas, coisas de nossas vidas que nós não queremos doar para Jesus, não queremos que ele mude, transforme, aprimore, molde, faça de novo, abençoe, em suma, o melhor que temos dificilmente queremos entregar. O nosso melhor nós guardamos como se fosse eterno, imortal, absoluto, um fim em si mesmo.


Na presença de Jesus...


4- Haverá sempre uma situação contra.


O fariseu estava querendo dizer que aquela mulher era pecadora, e Jesus não podia recebê-la, no entanto, Jesus descreve que todos podem ser amados e perdoados. Vejam que os fariseus só reconhecem pecados relacionados ao sexo, todavia, muitos pecados aquela mulher tinha e muitos poderemos também ter, mas o Senhor não tem classificação de pecados.


Quando Jesus chegou à casa de Simão, ele com nada o recebeu nem com o óleo mais barato que era o de cozinha, mas aquela mulher dera o seu melhor mesmo sendo pecadora, pobre e solitária. (Lc 7, 45-46).


Enfim...


Àquela mulher chorou, prostrou, enxugou, limpou, ungiu a Jesus porque o reconhecia como alguém que podia confiar a sua tristeza amargura e desilusão. Não sendo discípulo, o adorou com o seu melhor. Dedicou ao mestre o que só a ele é devido. Qual tem sido o seu melhor?


Diego Nunes de Araujo

08/2009


SETE VEZES: “EU SOU..."

(João 8, 25)


Introdução


O evangelista João descreve Jesus afirmando sete vezes: “Eu sou”. Para cada vez, Jesus se mostrava de maneiras diferentes.


Alguns pensavam que Cristo era apenas um simples carpinteiro (Mc 6, 3). Outros pensavam que era João Batista, Elias, ou alguns dos profetas. Nos nossos dias, muitos vêem Cristo como um homem bom que viveu uma vida exemplar, porém, poucos crêem que Ele é salvador, senhor, amigo, razão de fé, enfim.


Durante alguns capítulos e versículos, vemos Jesus afirmar sobre sua própria essência, sua própria missão, sua própria razão de vinda aqui na terra. Vejamos:


  1. “Eu sou o Pão da Vida” (Jo 6, 35).

Jesus não era o pão físico que alimenta a nossa carne, nosso corpo, nossa natureza humana. Após nos alimentarmos, sentimos que estamos satisfeitos, mas logo vem a vontade de uma sobremesa, depois da sobremesa, muitos querem o “cafezinho”. Quando pensamos que acabamos com o ciclo, nos pegamos novamente com alguma necessidade física e natural.


Mas, Jesus - o Cristo é o pão que acaba de vez com a nossa necessidade. Uma vez que nos alimentamos, somos saciados de tal maneira que não mais iremos querer novamente este pão para atender-nos.


O Pão da Vida que dá sabor à vida, que sacia na vida, que é a vida eterna. O Pão da Vida que dá vida para a vida.


  1. “Eu sou a Luz do Mundo” (Jo 8, 12).

Não é uma Luz que se apaga no interruptor, mas uma Luz que irradia o mundo, pois prega o bem a todos, prega o amor aos inimigos, prega a paz aos desconhecidos e marginalizados. Uma luz que não é política, uma luz não condicionada ao dinheiro, uma luz não comprometida com o poder e com a mídia, mas uma Luz que se preocupa em iluminar aonde há trevas, pecados, vícios, mentiras hediondas e odiosas, adultério, fornicação, planos maquiavélicos para destruir a outrem, enfim, uma Luz que planta amor nos relacionamentos.


  1. “Eu sou a Porta” (Jo 10, 7-9).

Uma porta que encontraremos alimentos saudáveis para a edificação de nossas vidas, para a construção de uma cristã mais solidificada nos princípios bíblicos coerentes, e menos nos dogmas humanos inventados.


Uma porta que após termos entrado perceberemos que o caminho é estreito, apertado, mas é o caminho que Cristo proporciona aos seus discípulos e interessados em geral. Há muitas portas sendo oferecidas atualmente como cristãs, todavia, portas que oferecem uma vida muito rica, sem problemas, uma vida que é só determinar para que as coisas aconteçam, uma vida que é só dizimar que tudo melhorará. Teologia barata, do engodo, da mentira, da frustração.


  1. “Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10, 11-14).

Não um simples pastor, não um pastor preocupado apenas com a lã de sua ovelha, mas um pastor bom, excelente, cuidadoso, preocupado, atento, um pastor que cuida, que conhecem as suas ovelhas.


Este texto de João que lemos, revela Jesus como Bom Pastor, onde se confronta com os pastores de Israel descritos em Ez 34, que só queriam as partes que davam lucro de suas ovelhas, apenas queriam o que as ovelhas poderiam dar de lucro.


  1. “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (Jo 11, 25).

Não só dentro do contexto onde Jesus ressuscita Lázaro, mas em todo o contexto da fé cristã. Jesus é ressurreição e a vida, pois acreditamos num reino glorioso no céu, onde não haverá mais tristeza, roubo, traição, mentiras, tiros, bombas, crises, enfim, o Mestre é a vida quando há morte.


Sendo a maior prova da ressurreição, possui então autoridade para exercer vida quando não há; exercer ressurreição quando não há possibilidades humanas de mudança de quadro, de situação. Como prova de ressurreição, Cristo oferece ressurreição e vida mesmo quando a morte chegar. Isso é o que cremos!


  1. “Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida” (Jo 14, 6).

Para chegarmos num destino, seja ele qual for precisamos usar a estrada (CAMINHO) correta (VERDADE), pois senão, não chegaremos ao lugar desejado (VIDA). Para se alcançar a salvação eterna de nossas vidas, precisamos de um caminho verdadeiro que nos leva a vida. Esse é Jesus Cristo.


  1. “Eu sou a Videira Verdadeira” (Jo 15, 1-5).

Não cresceremos em outra árvore que não seja a videira verdadeira. Poderemos até conseguir muito dinheiro, carros, sucesso, fama, reconhecimento, privilégios, honras, várias e várias promoções, enfim, podemos crescer e crescer, mas o crescimento que o Senhor Jesus quer oferecer como videira é o crescimento espiritual.


Esta videira verdadeira nos limpa da impureza e nos faz crescer e nos volumosos, atraentes, agradáveis, influentes, dedicados, amados, firmes, e não sermos meninos inconstantes, adultos arrogantes e jovens inconseqüentes. Nesta videira podemos ir longe!


Enfim...


Jesus afirma “Eu sou” sete vezes. Qual a implicação que isso produz em nossa vida? O “Eu sou” já atingiu a sua vida? Jesus afirma que Ele é, e você, acredita Nele?


Diego Nunes de Araujo

08/2009